Atualmente, inúmeras são as preocupações com as mudanças climáticas e, por isso, tornar a construção civil sustentável é indispensável. Considerada uma das campeãs em poluição ambiental no Brasil, de acordo com um levantamento do Conselho Internacional da Construção (CIB), mais de um terço dos recursos naturais extraídos no país são para a indústria da construção e 50% da energia gerada abastece a operação das edificações.
Não à toa, o segmento é um dos que mais produzem resíduos sólidos, líquidos e gasosos, sendo responsável por mais de 50% dos entulhos, entre construções e demolições. A partir destes dados, é notável o quanto buscar alternativas sustentáveis para a construção civil tornou-se fundamental para a qualidade de vida das gerações atuais e futuras. Mas, afinal, qual o conceito de sustentabilidade na construção civil? Em suma, as alternativas sustentáveis devem garantir que antes, durante e após as obras, sejam feitas ações que reduzam os impactos ambientais e potencializem a viabilidade econômica do empreendimento, a exemplo da madeira engenheirada.
Nesse sentido, a madeira engenheirada é resistente, leve e sustentável. Destaque no Brasil e no mundo, principalmente diante da grande discussão sobre como reduzir as emissões de carbono, ela vem sendo apoiada pela alta demanda dos green buildings – edifícios verdes que são planejados a partir de uma estrutura e um processo ambientalmente responsável.
Ademais, em resposta a crescente adesão tanto do mercado, como da população à agenda ESG, esta tecnologia construtiva já representa globalmente um mercado de US$ 1,7 bilhão, com potencial de atingir US$ 3,6 bilhões até 2027, segundo relatório divulgado pela consultoria Market Research Future (MRFR).
Cinco vezes mais leve que o concreto e tão resistente quanto, a madeira engenheirada entrega estabilidade, resistência, leveza, precisão, sustentabilidade e, sobretudo, velocidade, ao passo que as peças são pré-fabricadas, otimizando assim o período de construção e minimizando desperdícios.Para entendermos melhor, o material é pré-fabricado a partir do pinus, e submetido a diversos processos industriais que agregam qualidade e homogeneidade para atingir um excelente desempenho técnico-construtivo. No Brasil, dois tipos de madeira engenheirada são os mais conhecidos: Glue Laminated Timber ou Glulam (MLC), equivalente a Madeira Laminada Colada, adequada para vigas e pilares, e a Cross Laminated Timber (CLT), Madeira Laminada Cruzada, usada principalmente para a confecção de lajes e paredes estruturais.
Quando falamos exclusivamente em sustentabilidade, a madeira engenheirada é um depósito natural do CO2. Aliás, de acordo com alguns estudos, um metro cúbico da madeira engenheirada retira cerca de uma tonelada de dióxido de carbono da atmosfera. Portanto, pensar em madeira é indispensável para o futuro da construção civil. Além disso, globalmente falando, a madeira engenheirada tem crescido como nunca em países como Canadá, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Áustria e França. Já o Brasil, tem caminhado a passos largos quando o assunto são construções sustentáveis.
Nicolaos Theodorakis, CEO da Noah